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Energia Nuclear é classificada como

Energia Nuclear é classificada como

 

Uma comissão especial da União Europeia teve sua proposta de classificar a energia nuclear e o gás natural como “fontes energéticas verdes”. Esta decisão é parte do esforço de esclarecimento das práticas consideradas realmente sustentáveis para reduzir o "greenwashing" (adoção de práticas não tão sustentáveis, disfarçada de comportamento ambientalmente correto). Em tempos de valorização do "ESG" (environment, social and governance), a caracterização de certos tipos de energia como "limpas" abre caminho seguro para investidores e organizações apostarem no futuro de tecnologias sustentáveis.

 

Cercada de tabu e desconfiança, a energia nuclear sempre foi vista por boa parte da sociedade como algo a ser evitado ou temido.

 

Há exatos 15 anos, em 2007, eu abordei esse assunto polêmico no meu livro "Ecoeficiência: A Gestão do Valor Ambiental" (ver na Amazon). Eis a reprodução do capítulo do livro em que eu trato do assunto:

 

"Energia Nuclear

 

A maneira mais comum de se gerar energia é através da queima dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão, óleo diesel, gás natural). Apesar de ser muito comum essa é a forma mais cara, poluente e ambientalmente insustentável.

 

Por antagônico que possa parecer, a energia advinda de processos nucleares é extremamente limpa, desde que controlada e realizada por usinas confiáveis.

 

As fontes nucleares são uma alternativa renovável para a geração de energia (na verdade não é renovável, pois consome materiais não sintetizados artificialmente como o urânio, mas isso ocorre numa quantidade tão pequena que chega a ser desprezível quando comparada ao uso do petróleo, por exemplo).

 

Descobertos também a partir dos estudos sobre a Relatividade Restrita de Albert Einstein os processos de obtenção de energia a partir da fissão (quebra) e fusão (união) de átomos se mostrou uma alternativa viável. Os átomos do urânio são agitados quando aproximadas da água. Essa agitação provoca reações que quebram esses átomos liberando calor que aquece e evapora a água, provocando o movimento de um rotor atrelado a um gerador, de maneira similar a uma turbina de usina hidrelétrica.

 

O problema é que a utilização de material radioativo para a produção deste tipo de energia gera resíduos contaminados extremamente perigosos, que devem ser tratados para não causarem impacto ao ambiente e à sociedade. Hoje há tecnologia suficiente para tratamento correto destes resíduos.

 

Quando pensamos em energia atômica nos veem imediatamente as imagens da bomba atômica lançada por Norte Americanos no Japão em 1945 ou dos testes realizados no oceano pacífico (no atol de Bikini), ou dos devastadores estragos produzidos pelo acidente nuclear de Chernobyl em 1986. Mas devemos ter serenidade para analisar os dados estatísticos: com que frequência ouvimos falar de acidentes em usinas nucleares (usinas que se proliferam pela Europa, Estados Unidos e Asia) e com que frequência ouvimos falar de petroleiros e plataformas de extração de petróleo que afundam no mar, tubulações de gás que explodem, barragens de hidrelétricas que se rompem? Toda tecnologia, quando mal aplicada, é potencialmente arriscada. A diferença está na vontade política e no investimento para a implementação e controle dessa tecnologia.

 

Quando é produzida em condições controladas, as usinas nucleares se mostram eficientíssimas na conversão de matéria em energia, com poucas perdas e pouca geração de resíduo.

 

As usinas nucleares não são geradoras de CO2 ou outros gases catalisadores do efeito estufa ou destruidores da camada de ozônio."

 

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Flavio Oliveira

flavio.oliveira@pmanalysis.com

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